Com um título desses, já poderia começar o texto pela conclusão, mas penso que será interessante discorrermos um pouco sobre tudo isso no contexto das finanças pessoais.
Vamos seguir a ordem das palavras, e depois faremos um apanhado geral para darmos mais sentido e ideia ao todo.
Sobre preço e valor
É muito comum as pessoas confundirem essas duas coisas, principalmente quando manifestam verbalmente essas palavras.
“Moço, quanto vale esse seu carro”? Essa é a pergunta errada, se a pessoa está interessada em saber o preço. O valor é algo que nós atribuímos a algum produto, serviço ou experiência.
Preço é o que o “vendedor” coloca no seu produto, serviço ou experiência. Assim, após o vendedor fixar o seu preço, o valor atribuído pelos possíveis compradores vai variar bastante.
Quem gosta daquele modelo ou cor de carro, irá pensar: “Nossa! Esse carro está com um bom preço”! Já aquele que não gosta do carro, vai pensar: “Que porcaria! Não pago nem metade disso”.
Observando essas diferenças, compreendemos o porquê de algumas pessoas estarem dispostas a pagar o preço por algo, enquanto outras não.
Isso também acontece com a educação de modo geral, e principalmente a financeira. A maioria das pessoas não está disposta a pagar o preço para adquirir esse tipo de conhecimento, seja através de livros, cursos ou participação em eventos.
Por outro lado, são rápidas, por exemplo, em comprar a carne e a bebida para o churrasco do fim de semana, ou pagar a “pizzada” do sábado à noite, a prestação do carro financiado, e outras coisas do tipo.
Não me entenda mal. Não estou dizendo que essas coisas do parágrafo anterior são boas ou ruins. Estamos apenas avaliando em termos estatísticos, aquilo que tem mais ou menos valor para a maioria das pessoas em nosso país.
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Sobre análise de riscos
É neste ponto que deve entrar o conceito de análise de riscos. Neste mundo não podemos ter tudo. Então, quando decidimos por uma coisa, automaticamente estamos abrindo mão de ter outra.
Isso acontece todos os dias, e para fazermos as melhores escolhas possíveis, precisamos treinar nossa mente a fazer sempre uma análise de riscos, para percebermos o que podemos ganhar e perder com a decisão que estamos prestes a tomar.
Outra coisa importante é analisar os riscos ao longo do tempo, ou seja, os impactos da sua decisão no curto, no médio e no longo prazo.
Uma compra de um produto hoje pode não significar muito risco, mas no longo prazo, pode se mostrar um péssimo negócio, ao você perceber que poderia ter lucrado fazendo um melhor uso do dinheiro.
Essa “troca” de uma coisa pela outra ou do “amanhã” pelo “hoje”, é o também conhecido “custo de oportunidade”, e tem total relação com suas análises de risco antes de agir, de fato.
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Sobre atitudes e responsabilidades
Agora que já refletimos sobre o preço, o valor que aquilo tem para nós, e sobre os riscos envolvidos antes de tomar a decisão, chegou a hora da ação.
A atitude, ou o ato de agir, é o que torna algo real. Dependendo da situação com a qual nos deparamos, e também da forma como enxergamos a vida, tomar uma decisão pode ser algo extremamente simples, ou algo que pode tirar o nosso sono por vários dias.
Lembro-me de quando eu estava prestes a me divorciar. Como foi difícil tomar aquela decisão. Foi um turbilhão de emoções e questões financeiras para serem analisadas.
Havia muitos riscos “escondidos” para ambos os lados. Quanto mais eu pensava, mais eu ficava tenso e incapaz de agir. Não foram dias, mas meses, pensando (e calculando). É muito complicado tomar decisões que envolvem emoções e dinheiro.
Por fim, levei a decisão à frente, e me divorciei. Cometi alguns erros no processo, tive perdas financeiras e emocionais muito altas, mas também me livrei de algo que estava fazendo mal para ambos.
Valores, lembra? Para mim, no final de tudo, a paz valia mais que todo o arcabouço material (imóvel, aplicações financeiras, automóvel, etc.). Precisamos ter a mente em paz para poder seguir com a vida, senão a gente fica “travado” no tempo.
Mas voltando ao “x” da questão, o fato é que as suas atitudes trarão consequências (boas ou ruins) tanto para você quanto para outras pessoas, que de alguma forma, participam de sua vida.
Assim, é importante que você aja de forma responsável, e assumindo as consequências por seus acertos e também por seus erros.
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Sobre resultados
E por fim, encerramos essa cadeia de palavras com os “resultados”. Por um instante dê uma olhada para trás na sua vida. Observe de forma geral aquelas decisões mais impactantes que você tomou, e os resultados que isso gerou.
Trabalho, estudos, investimentos, casamento, filhos, mudança de cidade (ou até de país, se for o seu caso), etc. Veja como essas coisas impactaram a sua vida de forma geral, mas principalmente sua vida financeira.
Desde a escolha da profissão até a escolha do tamanho da família, praticamente todas as suas decisões irão impactar de forma direta ou indireta a sua vida financeira.
Por isso consideramos a educação financeira como um assunto prioritário, mas que infelizmente ainda é muito negligenciado em nosso país e cultura.
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Conclusão
Agora que você refletiu sobre tudo isso, também terá decisões a tomar.
Vai seguir a vida, como sempre foi, ou vai começar a dar o devido valor ao seu dinheiro, pagar o preço por isso, analisar melhor os riscos que tem pela frente, tomar decisões melhores e de forma responsável, para então colher os resultados, que espero que sejam ótimos!
Não há uma regra, nem uma fórmula mágica. Também não espere obter resultados melhores fazendo as coisas do mesmo jeito.
Promova mudanças positivas na sua relação com o dinheiro. Afinal, ele é um instrumento para melhorar a sua qualidade de vida. Um grande abraço e até a próxima!
------Este artigo foi escrito por Giovanni Coutinho.
Gerente de Conteúdos do Dinheirama e praticante da educação financeira como estilo de vida. Trabalhou por 18 anos com tecnologias da informação e comunicação nas áreas de operação, marketing e vendas. Engenheiro pelo INATEL, possui pós-graduações em Administração e Economia Financeira pela Unicamp.
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