*Por Hiran Eduardo
A música tem tudo a ver com o empreendedorismo e os astros do rock foram obrigados a entender isso com o transcorrer do tempo, principalmente quando surgiu o Napster, virando a indústria fonográfica de ponta cabeça e fazendo com que os artistas buscassem novas formas de ganhar dinheiro. E foi o que eles fizeram.
Hoje em dia a venda de álbuns é uma fatia praticamente irrelevante do faturamento de um artista e os que aprenderam a capitalizar a sua marca são os que melhores estão se dando bem nessa era digital. Tanto que a Campus Party 2014 trouxe o vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, para palestrar e o sucesso foi tão grande que repetiram a dose na edição mineira de 2016.
Porém nenhuma banda representa tão bem a visão empreendedora dentro do rock n' roll quanto o Kiss, que em seus mais de 40 anos de carreira já venderam de tudo o que você possa imaginar, de bonecos até quadrinhos, de camisinha até caixões. E a mente por detrás de tudo isso é o seu baixista, Gene Simmons.
Você pode até nunca ter ouvido falar no nome deste músico ou não ter ouvido nenhuma de suas músicas, mas com certeza já viu em algum lugar os seus rostos pintados, ou alguma variação deles. As suas pinturas são provavelmente a marca mais conhecida e divulgada de todo rock n' roll. E isso é de propósito.
É esse o ponto do seu terceiro livro, "Eu, S.A.", lançado no Brasil pela editora Fábrica 231. O livro, que fala sobre como o Kiss foi planejado desde o primeiro momento para ser uma empresa, é dividido em duas partes. A primeira é uma mistura de autobiografia com exemplos reais de como desde o dia em que ele e sua mãe saíram de Israel para tentar a vida nos Estados Unidos, onde seu principal objetivo de vida era acumular uma fortuna. A banda foi a forma como ele conseguiu, mas dá para perceber que se não fosse ela, ele daria outro jeito.
Já a segunda parte vai totalmente para o lado da autoajuda empreendedora. Com frases de efeito e a postura arrogante que todos que acompanham a banda sabe que ele tem, Gene busca mostrar o caminho para que cada um dos seus leitores conquiste a sua própria fortuna.
Goste ou não dele como músico – eu adoro a banda – ou como pessoa – acho ele normalmente um babaca –, não dá para negar que ele conquistou o sucesso em sua empreitada, e exatamente por isso, o livro tem o seu valor, principalmente a sua primeira parte, onde ele mostra como um cara sem formação alguma em negócios, mas com a vontade de crescer consegue prosperar com boas ideias e, principalmente, muito trabalho.
Em resumo, é um livro interessante de ser lido e dá para tirar alguns exemplos e ensinamentos bem bacanas e úteis. Concordando ou não com ele, ele sabe do que está falando.
Hiran Eduardo Murbach é Advogado com MBA em Marketing na PUC-SP, vive o ambiente das startups há pelo menos cinco anos. Foi o responsável pelas relações com os investidores no Startup&Makers da Campus Party 2014, professor convidado do Laboratório de Startups, do Centro de Inovação e Criatividade – ESPM, e Autor dos livros “Quebrando: aprendendo com os erros dos outros”, “O Grátis no Marketing Digital” e “O que é essa tal criatividade?”. Atualmente é sócio e responsável pela área de startups e novos negócios na empresa SeuApoio.
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