É um desafio arriscado, mas alguém tinha de o fazer. Como é que uma criança de hoje reage a umas Peta Zetas a estalarem-lhe na boca? Como é que olha para uma gemada? O que é que acha de uma sanduíche de bolachas Maria com manteiga? O que diz de umas bombocas?
Neste Dia da Criança, resolvemos fazer o teste e por isso juntámos quatro miúdos, entre os 3 e os 7 anos, para entrarem num DeLorean virtual e regressarem à época de ouro dos doces. A época dos caramelos que se colavam aos dentes como Super Cola 3, das Bombocas que só chegavam no Natal, do Tulicreme, do Capri-Sonne e das televisões com as emissões abruptamente interrompidas por uma ruidosa chuva cinzenta. Hoje temos tudo isso aqui, gravado num vídeo único para celebrar o Dia Mundial da Criança – da criança de hoje e da criança dos anos 80.
O mais difícil em toda esta odisseia foi encontrar os doces que marcaram os nossos Dias da Criança. Quando eu era pequeno, não passava um único Dia da Criança sem que os meus pais me oferecessem aquelas fabulosas bisnagas de pastilha elástica. Eram uns tubos pequenos que se apertavam e dos quais saía um fio de pastilha elástica como se fosse pasta de dentes. O melhor dessa verdadeira loucura era que eu conseguia colocar na boca o equivalente a sete pastilhas Super-Gorila ou a 15 pastilhas Piratas (outra raridade que infelizmente já não existe).
A verdade é que percorremos toda a Internet à procura desta maravilha e não encontrámos nada. Nem no OLX nem no eBay! Até o incrível Hugo Silva, autor do fabuloso blog Ainda Sou do Tempo, nos tentou ajudar – mas não teve sorte.
Um pouco melhor correu a nossa cruzada em busca das garrafas de Pirolito Bilas. Era uma garrafa com um refrigerante de limão que tinha lá dentro um berlinde preso. A bebida já não conseguimos encontrar, mas a garrafa descobrimo-la no OLX e levámo-la para a gravação do vídeo. A Teresa, de 5 anos, ficou horas a tentar tirar o berlinde de dentro da garrafa.
O doce que foi prontamente rejeitado pelas quatro crianças que formaram o nosso rigoroso painel de provas DeLorean foi o pudim BocaDoce. Sim, o "BocaDoce é bom, é bom, é – diz o avô e diz o bebé". Na verdade, depois de muitas tardes da minha infância a mergulhar nas delícias do BocaDoce, hoje não consigo encontrar um único argumento para defender aquele pudim hiper-artificial. Tanto a versão de morango como a de chocolate, foram chumbadas por unanimidade pelos nossos quatro provadores oficiais: o Vicente, de 3 anos, a Teresa, de 4, a Matilde, de 5, e o Manuel, de 7 anos.
O que todos eles adoraram foram as irresistíveis PetaZetas. Fosse pelo barulho, fosse pelos estalinhos na boca, esvaziaram cada uma das embalagens que comprámos. Quase tão bem sucedidas como as PetaZetas foram as leves Bombocas, que tivemos de ir buscar directamente à fábrica, no Entroncamento, porque, na época do calor, deixam de ser vendidas nas lojas. Os miúdos preferiram claramente a camada fininha de chocolate no exterior à consistência aveludada do recheio. Já eu gostava de tudo. E continuo a gostar. Talvez por isso dei cabo de todas as sobras em poucos segundos.
Ainda tivemos gemadas caseiras, sanduíches de bolachas Maria com manteiga no meio, rebuçados de ovo vindos directamente de Portalegre, Pez, Capri-Sonne (que entretanto foi lamentavelmente rebaptizado como um mais moderno e anglófilo Capri-Sun), Tulicreme (que acabou comido à dedada, sem pão, claro!), sombrinhas de chocolate Regina e muitos, muitos Sugus e rebuçados Dr. Bayard.
Tudo isto foi gravado numa fantástica casa Feels Like Home, em Lisboa, ao som do Dartacão (num incrível arranjo feito pelo Pedro Louzeiro para os alunos do Conservatório de Música de Lagoa), porque Dia da Criança sem desenhos-animados dobrados não é Dia da Criança.
Um óptimo dia para todas as gerações de crianças onde quer que elas estejam (mesmo aquelas que viveram no tempo em que o Bruce Willis tinha cabelo),
Ele
vídeo: casal mistério; fotos: casal mistério e d.r.
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