Agora você confere as principais notícias de 01/04/19 segunda-feira.
Presidente recua e ao invés de embaixada promete escritório em Jerusalém
O presidente Jair Bolsonaro anunciou no domingo (31) a abertura de um escritório de representação comercial em Jerusalém “centrado em ciência, tecnologia e inovação”.
A notícia foi divulgada durante a visita do presidente brasileiro a Israel, onde o presidente desembarcou neste domingo. A decisão representa um recuo da promessa feita ainda durante a campanha presidencial de transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.
O gesto, aguardado pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu, seria interpretado como o reconhecimento da cidade como a capital de Israel —os EUA, sob Donald Trump, e a Guatemala foram os únicos países a mudar o local da representação diplomática.
“Eu espero, e eu gostaria de acreditar, que esse [escritório] é o primeiro passo para a abertura de uma embaixada em Jerusalém, quando for o tempo”, disse o primeiro-ministro, segundo a agência Reuters.
Nas redes sociais, o presidente brasileiro escreveu que a criação do escritório comercial reconhece “os vínculos históricos de Jerusalém com a identidade judaica e também que a cidade é o coração político do Estado de Israel”.
A proposta de mudar o local da embaixada, porém, contraria a tradição diplomática brasileira de seguir a orientação das Nações Unidas e esperar uma resolução do conflito entre israelenses e palestinos para definir o status de Jerusalém, que ambos os povos clamam como sua capital.
Além disso, a transferência ameaça a venda de carne halal, preparada segundo os preceitos do islamismo, aos países árabes, um grande mercado para o produto brasileiro. A pressão feita por esses importadores pode ter influenciado o recuou do presidente.
Durante a visita a Israel, Bolsonaro chamou Binyamin Netanyahu de irmão e disse, em hebraico, que ama Israel.
Trégua entre Bolsonaro e Maia é vista com descrédito
A trégua ensaiada entre os presidentes da República, Jair Bolsonaro (PSL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), depois de dias de bate-boca não desfez o temor entre parte dos deputados com as consequências do desarranjo político do governo.
O presidente fez provocações públicas a Maia, que retribuiu. As discussões envenenaram o ambiente político e as expectativas do mercado. Na quinta-feira (29), a disputa arrefeceu, mas o ceticismo permanece.
Sem esforço de Bolsonaro para organizar uma base aliada para aprovação da reforma da Previdência, deputados dizem que ele flerta com o caos na intenção de desmoralizar o Congresso perante a opinião pública.
A conversa chegou a Maia, que reagiu com cautela. “Precisamos ter paciência e fortalecer o Poder Legislativo”, disse o presidente da Câmara ao jornal Folha de São Paulo. “Com as instituições fortes e equilibradas —Supremo Tribunal Federal, Legislativo, Executivo e imprensa livre—, não haverá risco de ruptura.”
A exoneração do funcionário do Ibama que multou Bolsonaro por pesca irregular, a demissão da presidente da Embratur e dois diretores e a desautorização do ministro Sergio Moro na indicação de Ilona Szabó para a suplência de um conselho são, para alguns deputados, indícios de autoritarismo do presidente.
Parte dos parlamentares com bom trânsito com Maia advoga que o Congresso deve dar seguidos recados ao governo, com a aprovação de projetos que contrariam interesses do Executivo.
Outro grupo pondera que, se aprovar medidas para atrapalhar o governo, o Legislativo acabará alimentando a narrativa do Planalto de que prioriza interesses não republicanos.
Por isso, esses deputados veem com preocupação momentos como a aprovação relâmpago, na terça-feira (26), da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que torna o Orçamento ainda mais engessado.
Aliados de Maia dizem que líderes do centrão queriam ir mais longe e acelerar a tramitação de projetos ainda piores para o Executivo. Segundo os relatos, Maia conteve os ímpetos e a PEC foi uma imposição dos líderes como denominador comum.
Congressistas de direita e centro-direita passaram a semana manifestando preocupação com a forma como o Executivo, em especial Bolsonaro, trata o Legislativo.
Putin perde influência em eleição presidencial na Ucrânia
O primeiro turno da eleição presidencial ucraniana, que foi disputado no domingo (31), não deverá apontar um vencedor imediato. Um perdedor, contudo, já está definido: o presidente russo, Vladimir Putin.
Obviamente, o relacionamento com a Rússia é ainda o principal tema para quem estiver à frente do governo em Kiev, mas a influência direta do Kremlin sobre o processo político em si é quase nula.
Diferentemente das eleições anteriores ao turbulento 2014, não há candidato próximo do Kremlin com chance. O nome mais perto disso, Iuri Boiko, não deve passar do quarto lugar.
A situação é decorrente das ações do próprio Putin, que acabaram por isolar grupos políticos pró-Rússia no país.
Há cinco anos, seu protegido na Presidência ucraniana, Viktor Ianukovitch, foi apeado do poder. Ato contínuo, Moscou anexou a península de maioria russa étnica da Crimeia e fomentou separatistas na região leste ucraniana.
Geopoliticamente, a Rússia não tolera a noção de que a Ucrânia faça parte das estruturas ocidentais militares (a Otan) e político-econômicas (União Europeia).
------ Este artigo foi escrito por Redação Dinheirama. Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.A reprodução deste texto só pode ser realizada mediante expressa autorização de seu autor. Para falar conosco, use nosso formulário de contato. Siga-nos no Twitter: @Dinheirama
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